Pesquisar este blog

quinta-feira, dezembro 12, 2013

Cosmogonia

Ah se fosse essa estrada que nunca alcanço um rabo de sereia com suas curvas escamosas esverdeadas salgadas pelo mar infinito como a estrada que nunca alcanço grandes curvas grandes lisas e grandes novamente com saliências e bifurcações labirínticas que nunca alcanço atravessasse a superfície do ventre e pudera eu entrar mas não posso  caminho sem volta e fico dando voltas nesse rabo imenso rabo de sereia estrada que nunca alcanço para me perder e me achar nos seios do lado humano do mundo.

terça-feira, outubro 22, 2013

Ao Corpo, Coragem

Hoje em dia clamam
Mais amor
Mais amor
Mais amor
E eu reclamo
Mais coragem, por favor!
Porque é preciso ter coragem para amar. 

sexta-feira, outubro 18, 2013

quinta-feira, outubro 17, 2013

Corpo Desvelado

Tenho a safadeza de desvelar a beleza escondida nas pessoas
Mesmo aquela
escondida por trás do lábio roxo da droga
do cheiro esgoto da miséria
da boyzisse coca-cola
da arrogância intelectual e
do abuso de poder policial
do olhar perdido por trás do iPhone
do coco coberto pela toca
do ombro caído dentro da roupa
do peito espremido do pelo raspado do flagelo em viver
Tenho esse olhar safado de quem enxerga todo mundo mais feliz
Como se no rosto viesse uma nudez crua.
Por isso enxergo todo mundo bonito na rua.
Não quero do teatro o teatro, nem do circo o circo. Também não quero da música a música, ou da dança a dança. Do cinema não quero o cinema. Da pintura não quero a pintura, muito menos da escultura a escultura. Não quero da literatura a literatura, seja prosa ou poesia. Bem como não quero da filosofia a filosofia, seja por retórica ou aforisma. Não quero que me convençam as convenções. Da Isadora Duncan não quero a dança, mas sim a liberdade na praia. De Salvador Dali não quero a pintura surrealista, mas o sonho em cores. Do Fellini não quero o cinema, mas o voyerismo alucinado. Do Dover Tangará não quero o circo, mas o hiato do salto. Do Django Reinhardt não quero a música, mas as sinapses de uma ancestralidade cigana. Do João Guimarães Rosa não quero a literatura, mas o jogo de palavras. Do Neruda não quero a poesia, mas o gozo em metaforizar a paixão. Da arte não quero a arte, quero outra coisa. Não sei o que é, mas não é ela própria em linguagens, esquartejada, legitimada de fora pra dentro, como se fosse a arte um conjunto de membros que não fazem parte de um mesmo corpo. Da arte não quero a arte, quero outra coisa, mas que, no fim, só a arte mesmo é que pode me proporcionar... não sei o quê, só sei que quero e tenho o que dizer.

segunda-feira, setembro 30, 2013

Corpo Ah Não

O relógio toca meu corpo
Diz: ah não não não
Saio da cama meu corpo
Diz: ah não não não 
Abro a porta meu corpo
Diz: ah não não não 
Tchau para a esposa meu corpo
Diz: ah não não não 
Fecho o chuveiro meu corpo
Diz: ah não não não 
Vejo os e-mails meu corpo
Diz: ah não não não 
Saio do banheiro meu corpo
Diz: ah não não não
To sem dinheiro meu corpo
Diz: ah não não não 
Ainda é tão cedo meu corpo
Diz: ah não não não 
Não quero ir meu corpo
Diz: ah não não não 
Vejo o cachorro
Ta tudo bem
Vejo as gatas
Ta tudo bem
Molho as plantas
Ta tudo bem
Regro as palavras meu corpo
Diz: ah não não não 
Tem assembléia meu corpo
Diz: ah não não não 
Ta tudo errado meu corpo
Diz: ah não não não
Finjo esse Estado meu corpo
Diz: ah não não não 
E na política
Finge que ta tudo bem
E na família
Finge que ta tudo bem
E no trabalho
Finge que ta tudo bem
E a natureza
Finge que ta tudo
Meu corpo
Diz: ah não não não
Sem feriado
ah não não não
Tudo acabado
ah não não não
Avariado
Contaminado
Insaciado
Prejudicado
ah não não não. 


sábado, setembro 28, 2013

Passando pela linha do trem consigo ver
O Pinheiros e
O Tietê
Na mesma encruzilhada. 
Nessas de achar que a vida é só passagem
Muita gente passa, passa
Passa
E quando morre
Vira passado sem ter feito nada. 
Passando pela linha do trem consigo ver
O Pinheiros e
O Tietê
Na mesma encruzilhada. 
Nessas de achar que a vida é só passagem
Muita gente passa, passa
Passa
E quando morre
Vira passado sem ter feito nada. 

quinta-feira, setembro 12, 2013

C...r.......p..............


Certo dia um corpo se encontrava fora de si, numa esquina de uma grande cidade. O corpo estava fora do corpo. O corpo não se reconhecia, permanecia, alí decapitado de sentidos, despecaminado de moral, fraturado no mais desconexo sentido de si. Um corpo trocado, como se o membro fosse o sexo, o sexo o cérebro e o cérebro o estômago. Que ardia de fome. Mas a fome não era fome, talvez fosse saciedade. Dor por estar saciado. Talvez. Talvez exista essa dor. E naquele corpo a dor não era exatamente dor. A dor poderia parecer mais com uma latência, um tempo adormecido, uma sensação de paralisia ou de formigamento. Os sentidos não podiam ser mais os mesmos, não naquele corpo. O corpo não era mais o mesmo, nem era corpo. Ou era? Era de outro jeito. Como se o corpo tivesse parido a si mesmo em sua não-semelhança, quase como se tivesse medo de si próprio. Um corpo que quisesse fugir de si. Deve existir essa fobia de estar em você mesmo, deve existir. Aquele corpo queria ser diferente, não-natural, fora da ordem dos fatores, fora da ordem, fora da ordem social. Aquele corpo estava se experimentando… E não seria ele, o corpo, talvez a própria experiência de si? Como se partisse o corpo para uma aventura transcendental sem sair daquela esquina cotidiana. As esquinas proporcionam dessa experiência. Afinal, quantas não são as encruzilhadas encrustadas na carne? Certo dia um corpo se encontrava num lugar que nem reconhecia mais como esquina. Não reconhecia mais nada, nem o seu mais sincero nu. Evaporou no pó da cidade, foi inalado em alguma brasa de cigarro, escapamento de carro, pulmão de velho ou criança, não sei… esse corpo agora é ar, e só se movimenta em dias de ventania.

domingo, setembro 08, 2013

Ao Corpo que Vê

Fosso e céu são de mesma cisma. 
Vejo as águas aos meus pés, por exemplo,
É de uma imensidão escura. 
Olho acima 
E vejo a cor da noite
É brilho e negrume
O espaço é mar
E as estrelas, cardume

quinta-feira, setembro 05, 2013

Carta ao Corpo

Meu corpo é minha estética, minha ética, minha política, minha cultura, meu mito, meu rito, meu destino; minha práxis, meu caminho, minha tese, meu signo, minha carta, minha prece, minha tática, meu domínio; minha massa, minha Tebas, minha Atenas, minha Eurásia, latinoamerica, minha África, meu canion, meu fundo de oceano; meu corpo é tudo isso; meu corpo é isso e tudo é meu corpo; que é minha glândula, minha ânsia, meu gargarejo, meu gaguejo, minha saliva, meu desejo; meu corpo é Freud, é Foucault, Nietzsche, Deleuze, é Artaud; Galeano, todos os Campos, é Caetano, Zé e Djavan; meu corpo é Ân; meu corpo é trato, meu corpo é parto, é papo, reto, de sapo que o corpo é úmido, meio terrestre, meio aquático; meu corpo é curvo; meu corpo anfíbio; meu corpo é salamandra, não é malandro, mas é mistério, é solitário, meu corpo armário, meu corpo arma e meu corpo ama; meu corpo arde, meu corpo inflama; meu corpo é minha cidade, meu desespero, minha particularidade, minha física quântica, minha imensidão atlântica, meu infinito de elétrons; meu corpo é meu carma, minha carne, minha sarna, minha pobreza, meu vintém; meu corpo não tem; meu corpo é novembro; meu corpo é minha vontade de estar nu, utopia e heterotopia, meu corpo pia um poema de Manoel de Barros e uma música de João Bá; cá, meu corpo é tabu; lá, meu corpo é Pasargada, amigo da plebe, do rato, do gato, tartaruga, e da lebre; meu corpo indifere o louco do normal; meu corpo é minha sala e meu quintal, meu animal, meu social; mais animal; meu corpo é crocodilo, réptil, intuitivo; meu corpo não está fora, meu corpo não está dentro, meu corpo está entre e muito além do pensamento; meu corpo é minha fronteira, minha trincheira, minha guerrilha, minha penicilina; meu corpo é minha propaganda de margarina; meu corpo é minha música, meu teatro, minha escultura, meu livro sem capítulos, minha estátua, meus testículos; meu corpo é todo vício; meu corpo, essa costura, que não encontra mais postura, é minha fé fêmea, laqueadura, desestrutura, não sabe mais ficar em pé; meu corpo é minha ré, minha cinza e meu resquício, meu medo e meu omisso, minha torre e o precipício, minha prole, meu hospício, meu monólogo e meu comíssio; meu corpo é um diabético se acabando em açúcar, múmia egípcia se acabando em atadura, um morto indigente se acabando em formol; meu corpo é sol, chuva, e telhado, corpo de vidro, corpo de gato; corpo bandido; meu corpo não é fim, nem é meio, é fio e centeio, é contínuo no tempo; nasce gente e nunca morre; meu corpo corre.

sábado, agosto 03, 2013

quinta-feira, agosto 01, 2013

Corpo Mix

Antes era pão com manteiga, depois requeijão e hoje cream cheese.  Antes era pega-pega, depois ginástica e hoje cooper. 
Antes era conversa na janela, depois telefone e hoje smartphone. Antes era pôr do sol, depois televisão e hoje High Definition. Antes era lundu, depois Clube da Esquina, hoje Skol Sensation. Antes eram as estórias, depois livro de cabeceira, hoje best seller. Antes era saudosismo, depois ultrapassado e hoje PinUp. Antes era vida, depois sobreviver e hoje Happy Hour. Antes era estranho, depois diferente, hoje é Cult. Antes era antes, depois já é antes e hoje, logo mais, nem será. Antes era real, depois virtual, hoje Matrix.  Antes reclamava-se que nada será como antes, depois reclamava-se de tudo e hoje tudo e nada não se diferenciam, são um Mix. 

quarta-feira, junho 26, 2013

Corpo Perdido

Sou todo energia... já dizia o poeta da física. Atravesso-te em feixes de elétrons e depois me perco. E depois me acho. E depois me perco, depois me acho. Depois me perco e me acho. Sou todo signo... já dizia o poeta semiótico. Atravesso-te em significados e me perco. E depois me acho. E depois me perco, depois me acho. Depois me perco e me acho. Sou todo político... já dizia o poeta comunista. Atravesso-te em ideologias e depois me perco. E depois me acho. E depois me perco, depois me acho. Depois me perco e me acho. Eu sou o samba... já dizia o poeta da Portela. Atravesso-te em notas de cachaça e depois me perco. E depois me acho. E depois me perco, depois me acho. Depois me perco e me acho. Sou todo nada... já dizia o poeta da filosofia e depois me perco. Depois me perco e... só me perco. Só me perco...

quinta-feira, junho 20, 2013

Corpo Gigante

O gigante acordou. (bocejo). São seis horas da manhã e ainda nem enxerga direito. Mal dormiu, #partiu pro chuveiro. O olho arde sem saber se vem do sono não dormido ou do xampu barato vendido no mercadinho de periferia. Lava o saco como se limpasse o mal humor de uma vida farta e vai, ali, esquecendo que já são seis e meia enquanto perde-se nos pentelhos. (boceja). São oitenta quilos que mais parecem cem. Um café engolido as pressas, uma fatia de qualquer coisa, um beijo na esposa, um trem de desalento. (bocejo). Tá faltando comida na geladeira. 

O gigante acordou. Foi à feira, carregou batata, atualizou o preço do tomate na placa, anunciou que o preço é bom e não vai sobrar nada pra xepa. Recolhe a barraca. (bocejo). São trezentos quilos de ferro e lona que mais parecem quinhentos e cinqüenta. Deixa o lixo alí pro alguém ter trabalho. Faz a conta do dia e se dá conta que vive pra fazer dinheiro. 

O gigante acordou. (bocejo). Hoje é dia pra noite. Pegaram sua luva por engano e atrasou a saída do caminhão de lixo. Tinham que fazer três ruas por uma e na correria ia acabar ficando serviço sujo. Ano passado a caixinha foi fraca, é melhor melhorar pro final desse ano ficar bonito. (bocejo). Hoje tá foda. Fazer rua do centro é catar na bosta e no mijo. Quase confundir craquero com entulho, alí no canto da rua. Mas a diversão é zoar com as putas, que retribuem mostrando a bunda pro operário fudido. (bocejo). 

O gigante acordou. (bocejo). Foi à forra. Travesti de 1,90m não leva desaforo pra casa. Mas se juntam três carecas, uma chave de roda, um soco inglês e uma corrente de aço apertada no pescoço, o pra casa nunca chega e a rua fica ainda mais solitária. Hoje não tem bocejo, tem ultimo suspiro sufocado e o bafo frio de qualquer dessas geladeiras do IML.

O gigante acordou. (bocejo). Foi à missa do Domingo, que atrasou. O padre passou mal... mas dizem que foi algo com o coroinha, na verdade. Só que se cala, se ajoelha e se reza. Não se blasfema com a fofoca alheia. (bocejo) Que chegue a óstia antes do futebol. Vou perder a hora, o apito, o churrasco e o samba. 

O gigante acordou. (bocejo) Mas em suma nem durmiu. Em suma, vai sumindo. De vez em quando lembra que tem parente... isso quando dá folga no batente. Mas é quase nunca. (bocejo) Quase nunca não é segunda-feira. Quase nunca não é. Quase sempre o gigante é bem pequeninho. 

quinta-feira, junho 13, 2013

A Falência

Jesus 
Desce já da Cruz
Seu moleque
Jesus
Que não desce da Cruz
Seu moleque
Que não desce
Vem cá
Vai ficar vendo tudo, paradão, aí de cima
Desce o Monte Everest, preza aqui embaixo cu'nóis
Na casa do cacete, no cu da mãe Joana
Desce
A Cruz ninguém pertence
Nem ao homem e nem ao mito
A Cruz é espírito, é símbolo
Desce já do signo seu moleque
E vem brincar de cabra cega
Bezerro chucro da manjedoura
Mais vale a fé do que a cenoura

Desce já
E não me faça à sua semelhança enquanto filho do homem
Homem falido

Sou filho só daquele foi morto com um tiro
Só dele sou filho

Então
Desce da Cruz e valha-me enquanto a navalha corta a carne
Enquanto a bosta fede a bosta. 
A bosta fede diferente
No pobre e no rico
No trono e na sarjeta

Inverta
Desce da Cruz e bota outro em seu lugar
Divida esse peso, você pode sair daí
Chega de ficar pregado a morte inteira
Desiste de 'nóis'
O ser-humano foi a falência, 
não há mais mártires, só tarja preta
Seguem aos montes, as carnes, os ossos
Quebrados, na osteoporose miséria
Alucinados por remédios contrabandeados pela indústria farmacêutica. 

Desce da cruz, Jesus
Precisamos de mais gente na lubuta
Pra dar e receber tapa na cara
Tanta face ingrata que nem vale dar a outra. Pra quê astuta?
É tanto cego, tanta lepra, tanta puta
Que falta milagre, sobra luta
É tanto tiro e tanta reza, tanto ferro e tanta gente se ferra...
Que não sei mais qual conduta
Qual a porra da disputa

Escuta, escuta...
...Então,
desce da cruz e vê se me ajuda
Cá embaixo, nos estilhaços dessa vida humana imunda
Que só afunda, afunda, afunda

Jesus desce da cruz
Desce da cruz e vem brincar cá embaixo co's muleque
Não precisa sermão, Nike ou Rolex
Traz uma bola, um poema, uma bike e Diz pro chefe que agora é greve se ele não liberar a fruta
Pro-i-bir
Avisa
Não precisa mais vigília
Não precisa de perdão
Chega de pecado
Chega de ilusão
Agora é cá embaixo que me re-ligo, uns aos outros, ser-humano e ser-humano
Nessa tal religião.






quarta-feira, maio 01, 2013

Corpo Previsível

As vezes me pergunto se o que vejo é o que vejo
Se percebo o que percebo
Se percevejo é percevejo
Ou se o invisível é o que prevejo

Resolvo não me perguntar
Tão pouco visualizar
Deixo o visível como está:
Na rota do possível
E persevero o invisível como um leite derramado que ainda nem esteve no copo.

quinta-feira, janeiro 10, 2013

Me defino como que nada me define

Há quem diga que estamos vivendo agora uma crise irreversível de identidade, que é algo surgido no final do século passado a partir do mundo globalizado e que toma cada vez mais força nesse início de milênio. Há quem olhe a questão pelo ponto de vista social, há quem considere os aspectos economicos e de mercado, outros preferem um olhar psicologizante de todo e qualquer processo, e por aí vai... eu não sei. Talvez eu prefira olhar e não entender, ou não tentar entender a patir de ferramentas das quais pouco tem nos ajudado (mesmo, muito pouco têm nos ajudado as áreas do conhecimento segmentadas que surgem aos montes em benefício de tão só aumentar o nosso arsenal tecnicista, ao invés de criar processos de construção e desconstrução ininterrupto de conhecimento). Só olhar que a identidade (a minha, a sua, a do centro, a da periferia, a de sua etnia, a de sua condição social) é coisa do passado e a moda infelizmente ainda não é a de aceitar que a diversidade se apresente como é. Os nazistas apresentaram o seu ponto de vista sobre a identidade, aquela que vem de fora para dentro, de quem TE olha e não de quem SE olha. Sistematizaram níveis de identidade nos campos de concentração a partir de triângulos fixados nas vestes dos prisioneiros. Os judeus usavam o triangulo negro, os ciganos o marrom, o homossexuais os rosas, os dissidentes políticos os vermelhos. E vemos hoje toda uma reprodução de valores e preconceitos com "identidades" fixadas por hegemonias que misturam como bem entendem poder assassino e cultura. Minha família provavelmente usou um triângulo negro, ou marrom, não sabemos ao certo, antes de vir para o Brasil. E nossa história ficou perdida em algum navio transatlantico. Quando paro e penso se minha origem me define, penso que não. Nada me define, na verdade, além de que me defino como que nada me define.

 





 redbiancoenero.wordpress.com/2010/01/25/porrajmos-lo-sterminio-dimenticato-dei-rom-2010/