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quinta-feira, fevereiro 05, 2009

O Oco

É melhor encarar o fato,
Se dá preguiça
É pedra no sapato.

Foi não. Ficou mais pra lá do que pra cá, bufou alto, bocejou pra dentro e preferiu ficar em casa lendo a Bíblia. É de mais serventia, é fato. É tato de intuição, coisa rara de se ter, por isso muito valiosa. Mas desse, o contrário é que inverte uma verdade em outra, dela muitos não tem justamente por nela não considerar dar valor. Foi não. Já disse. Tendo outras coisas a pensar, analisar, refletir. Se bem que quem reflete é espelho e ele mesmo não tem lá muita identidade se não a identidade de muitas caras. Por isso que quando muitos param pra ter reflexo achando encontrar alguma eureka, ficam apenas citando ciências e referências acadêmicas, como se tivessem feito um download sócio-economico-filosofico-psiquiátrico-manicômico-punhetal enciclopédico. Parece que não se pode viver da própria experiência. Esquisito né? É, por isso que quando olho pra um espelho é por solidariedade de emprestar meu rosto pra ele. Quase nunca a gente se vê por fora. Foi não. Você não acerta uma mesmo. Não tem nada com isso. Ouvi que o ego é burguês. Desde quando eu sou burguês? Desde quando voltei a falar disso? Desde quando deixei de fazer poesia, acho. Nem lembrava desse tal vício de vocabulário universitário intelectual. Não foi. É que a gente não se percebe mesmo do que tá impregnado. Quase nunca a gente se vê por fora. Fico imaginando que quando isso acontecer irá ser iluminado. Não foi. O que eu penso é que a ignorância as vezes é estratégia de sobrevivência, mas temos de considerar que se é estratégia, então é conhecimento, então é preciso conhecer a ignorância para usá-la estratégicamente. Portanto é preciso o conhecimento da ignorância! Pronto, já estou formulando teorias e não é disso que se trata mais. O mundo saturou de teorias. Não foi. Se se arrasta alguma coisa é porque tem que arrastar. Nunca viu jacaré correr no barro? Se ele cansa de arrastar a pança ele vai nadar. É simples. Coisa estranha é quando se faz disso um gosto de arrastar a pele até sangrar. Mas não conheço dessas patologias, disso só doutor e eu sou somente algum toca-discos de sí mesmo. Aliás faz um tempo que a agulha quebrou e o disco anda tocando meio riscado. Foi não. Foi só uma tensão desnecessária mesmo. Ando preferindo assim, porque sabe como é, agulha quebrada, disco riscado, tudo isso chia né? Toca meia música depois volta e toca a mesma melodia, quando muito pula e, aí, depois do estranhamento, a gente vê que nem era necessário mesmo. A gente nem era necessário mesmo. Foi não. Essa vida é que toca muito vazia. Ou será que é o vazio que toca na gente?



Hai Cai Microscópico

Veja bem,
Aquilo que não se vê
Só se mata com Veja.

domingo, fevereiro 01, 2009

Morada

Um céu azul saudável
Um mel assim doçura
Com leite moça o pudim
Com azedume lima limão
Cai uma noite em cama de rede
Vai buscar cheiro jasmim
Quero o sertão corrido descalço
Me confundir com a areia
Marrom pele morena