#2
Era uma vez um debussy
que
Por falta de pausas breves
embucetou
Das mudanças do corpo cabem as circunstâncias da vida. Cresço e, ao que amadureço, me escancaro. Aqui há minha porta aberta, onde parte o prolongamento de meus braços e pernas além do meu ego de ator e força circense. Partem minhas palavras em corpo, em carta, em viva poesia, mesmo se em prosa vier a narrativa. Sei que espiam e não deixam pistas, mas, se puderem, comentem... e deixem um pouco da sua carne poética em minha cerne criativa. Experimentem...
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quarta-feira, maio 21, 2014
quinta-feira, maio 15, 2014
Corpo de Portas Abertas
Não fui eu quem abriu a porteira.
Segui na estrada sem olhar pra trás. Atravessei o mata burro, continuei meus passos pelo barro sem nem ver cobra alguma que atravessasse o meu caminho. Pouco me importam os perigos.
Não fui eu quem abriu a porteira. Quem a abriu que se aprume e feche se quiser. Agora que já atravessei, sigo na estrada sem volta de pra trás olhar. Pouco me importa o que periga estar por aí, nenhuma cobra me fará desviar, nenhum burro obstáculo borra o que determino. Agora é passo ante passo e passo e me roço pelas belas paisagens do caminho.
Não fui eu quem abriu a porteira. Quem abriu talvez seja o burro, atolado num tanto de si, de pata presa nas ripas atravessadas porque não soube olhar para baixo do umbigo e calcular o risco. Patas quebradas porque abriu a porteira e já foi logo pulando sem olhar o que olhava... por quem passar? Eu passei por mim, não por ninguém, ou por nada. Passei pela aventura de passar para o lado desconhecido e sigo rumo reto e curvo, sem volta, sem olho nas costas, sem nem me preocupar com a porteira, sem nem me importar com os perigos. Qualquer que seja a cobra que atravesse meu caminho, não me importa, tô de bota, com pasto certo me embrenhando, se morro ou se mato, no morro e no mato... afinal
Não fui eu quem abriu a porteira. Foi você. Agora agüenta o tranco.
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