Pesquisar este blog

domingo, agosto 16, 2009

Depois da bela ilha

Por todas aquelas paisagens, do que mais gozava era o tempo e n�o uma beleza visual dessas que nos enchem de suspiro remetendo ao para�so. H� muitos para�sos, mas arrisco dizer que aquilo que os faz comuns entre si � esse tempo que n�o passa, ou que passa brando, leve, sem ansiedade de ser tempo. Isso � maior que qualquer recorte de costa, areia de conchas, rio de �gua transparente, pedras esculpidas pelo mar. Poder aproveitar desse n�o ligar se demoro ou se corro, se vivo ou se morro, numa boa sombra dando um passo adiante ao sol e outro passo adiante ao mar, isso sim � que faz de uma boa paisagem um canto de �den.

Sei ser necess�rio esse tr�nsito entre produzir na megal�pole - trabalhar, se sentir preenchido com projetos, j� que fomos criados para ser assim e agora n�o h� mais o que mude isso, porque isso somos n�s, isso sou eu - e respirar ar de montanha e refrescar-se numa quebra de onda. Mas tamb�m gostaria de viajar sem estar viajando e sentir que fa�o parte da natureza, que desse tempo largo � feito meu metabolismo, meu pensamento, minha criatividade. Voltei remexido, e quero juntar as coisas, n�o precisar mais do tr�nsito, ser tudo isso inteiro sempre. Daqui por diante s� quero pensar em projetos que dar�o certo, e o certo agora � considerar que n�o h� mais distin��o entre mim e o mundo.

domingo, março 29, 2009

A Nobreza

De toco de bambú nasceu saci. Queria ter vindo de qualquer miolo de flor, de um cogumelo, do capim cidreira que dá no quintal, algo assim que venha mais vegetal. Mesmo que do repolho apareça o mito pra amenizar que o Homem mesmo vem do sexo, não vejo alguma clorofila correndo em mim. Sangrar verde seria sangrar diferente. E quem sabe sangrar verde não seja a revolução necessária?

sábado, março 14, 2009

Internet

Ele só sabe viver assim, autodidata. É um vício. Reconhece que esse seja mesmo o melhor jeito.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

O Oco

É melhor encarar o fato,
Se dá preguiça
É pedra no sapato.

Foi não. Ficou mais pra lá do que pra cá, bufou alto, bocejou pra dentro e preferiu ficar em casa lendo a Bíblia. É de mais serventia, é fato. É tato de intuição, coisa rara de se ter, por isso muito valiosa. Mas desse, o contrário é que inverte uma verdade em outra, dela muitos não tem justamente por nela não considerar dar valor. Foi não. Já disse. Tendo outras coisas a pensar, analisar, refletir. Se bem que quem reflete é espelho e ele mesmo não tem lá muita identidade se não a identidade de muitas caras. Por isso que quando muitos param pra ter reflexo achando encontrar alguma eureka, ficam apenas citando ciências e referências acadêmicas, como se tivessem feito um download sócio-economico-filosofico-psiquiátrico-manicômico-punhetal enciclopédico. Parece que não se pode viver da própria experiência. Esquisito né? É, por isso que quando olho pra um espelho é por solidariedade de emprestar meu rosto pra ele. Quase nunca a gente se vê por fora. Foi não. Você não acerta uma mesmo. Não tem nada com isso. Ouvi que o ego é burguês. Desde quando eu sou burguês? Desde quando voltei a falar disso? Desde quando deixei de fazer poesia, acho. Nem lembrava desse tal vício de vocabulário universitário intelectual. Não foi. É que a gente não se percebe mesmo do que tá impregnado. Quase nunca a gente se vê por fora. Fico imaginando que quando isso acontecer irá ser iluminado. Não foi. O que eu penso é que a ignorância as vezes é estratégia de sobrevivência, mas temos de considerar que se é estratégia, então é conhecimento, então é preciso conhecer a ignorância para usá-la estratégicamente. Portanto é preciso o conhecimento da ignorância! Pronto, já estou formulando teorias e não é disso que se trata mais. O mundo saturou de teorias. Não foi. Se se arrasta alguma coisa é porque tem que arrastar. Nunca viu jacaré correr no barro? Se ele cansa de arrastar a pança ele vai nadar. É simples. Coisa estranha é quando se faz disso um gosto de arrastar a pele até sangrar. Mas não conheço dessas patologias, disso só doutor e eu sou somente algum toca-discos de sí mesmo. Aliás faz um tempo que a agulha quebrou e o disco anda tocando meio riscado. Foi não. Foi só uma tensão desnecessária mesmo. Ando preferindo assim, porque sabe como é, agulha quebrada, disco riscado, tudo isso chia né? Toca meia música depois volta e toca a mesma melodia, quando muito pula e, aí, depois do estranhamento, a gente vê que nem era necessário mesmo. A gente nem era necessário mesmo. Foi não. Essa vida é que toca muito vazia. Ou será que é o vazio que toca na gente?



Hai Cai Microscópico

Veja bem,
Aquilo que não se vê
Só se mata com Veja.

domingo, fevereiro 01, 2009

Morada

Um céu azul saudável
Um mel assim doçura
Com leite moça o pudim
Com azedume lima limão
Cai uma noite em cama de rede
Vai buscar cheiro jasmim
Quero o sertão corrido descalço
Me confundir com a areia
Marrom pele morena

segunda-feira, janeiro 26, 2009

quinta-feira, janeiro 15, 2009

O "s"

O "s" do meu teclado está apagado.
Isso me traz um problema plural:
Não sei se caso ou compro uma bicicleta.

Vôo

Sobrevoar o mar
Queria isso multiplicado ao infinito
E só.
Infinitamente só.

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Rio raso, rio manso

Quarto arrumado. Acho umas coisas. Dentre:

Sol nasce
Amanheço o mundo e corrijo o tempo
Quando anoiteço
Vem sono profundo e me entrego ao sempre.
Nessa hora cresço.
Espicho em silêncio nessa hora de paz
Mas ninguém sabe o que passa dentro
Ninguém sabe o que passa dentro.
Rio raso, rio manso
E é o rio que molha o sol ou sol que seca o rio?
Só nasce e só corre.
Não vejo o fundo das águas pra observar seus pés
Água barrenta, água benta. Fico querendo
Mas
Hoje amanheço mais
Amanheço mais

sábado, janeiro 10, 2009

1+1

Algum leve impulso
Nem isso
Nem um passo pro lado
Nem isso
Algum breve recurso
Nem isso
Nem um largo abraço
Nem isso
Algum suspiro curto
Nem isso
Nem um respiro fundo
Nem isso

Algum ousado prato, de culinária oriental, com temperos indianos e requinte de capricho exótico
Quanto mais isso
Tanto quanto suaves pétalas ou macias gotas
Sabão nas costas ou oleosas mãos de moça
Quanto, enquanto, quero.
Ah. A...

lgum dobrar de costas
Nem isso
Nem um quero-quero
Nem isso
Algum gemer na proa
Nem isso
Nem deslizar na boa
Nem isso

Algum mal que se preze
Pecado que se reze
Falo desse, da pele.
Algum murmúrio safado
Recado não falado
Comunicação breve, entre-peles

E já me viro suado de agonia
Nem isso
Reviro desistindo da teimosia

Algum, algo ao menos, algo
Tem disso...
Fogo?
Que vá então pro Alasca
Socorro!

Algum site de pornografia
Nem isso
Nem jogo de amarelinha
Nem isso.

Grafo então na esfinge meu desejo rupestre:

Só penso nisso?
1+1=2, afinal,
É normal.




quarta-feira, janeiro 07, 2009

Em frente

Pra 2009 ascendi uma vela e pedi alguns pecados. Não sei, mas nos anos terminados em 9 pareço estar mais entregue aos demônios. Gosto... e estremeço.
E é exatamente nessa hora que torno a gostar, denovo.
E logo estremeço quando gosto.
Estou vendo, 2009 será um ano de arrepios.

Enfrento.