Pesquisar este blog

segunda-feira, abril 28, 2014

da série A Moderna Ditadura do Amor Pós-Moderno ou Por Onde Anda Pinochet Que Não Veio Dizer Que Me Ama

#4

Amo do meu jeito. Porque sei que há muitos modos de amar. Amor é substantivo, ou seja, um jeito de se fazer substância, substanciar-se. Porque há muitos modos de fluir. Os fluidos são substâncias do amor... e do amar. Há mar e há terra, entre os dois o navegar. Uma aventura piegas, meio Camões, meio Wando. Meio música que gruda, feito maresia, ostra na pedra, areia e espuma. Mas não me apego não. Sou Sagitário com Sagitário, difícil ficar ali olhando o mar de frente numa mesma ilha... quanto aos corpos, se pego, pego mesmo. Aperto por horas pelo prazer de apertar. Amar dá um aperto. Porquê há muitos modos de amar... são tantos os amores possíveis. São tantos, são tantas, que acabo amando do meu jeito na certeza que serão sempre belos os encontros amáveis, porque são plurais e diversos os amores, amares. Amaros.  

terça-feira, abril 22, 2014

Essa treta sobre o sim, o não, o porém, o talvez e o desde quê para os editais/ projetos que hoje regem a produção artística, se dá com o paradoxo de que ao mesmo tempo em que arte não é de mesma natureza do produto do mercado está circunscrita ao seu tempo, portanto, para ser produzida, depende dos meios de produção que envolvem as lógicas de poder. O paradoxo primeiro é que sendo ela um não-produto por natureza, não se sustenta sozinha mas precisa de dinheiro para ser produzida, logo sustentada por algum tipo de mercado nesse nosso contexto [d(e)]volutivo. O ser-humano só foi capaz de inventar até hoje uma única forma de sustentabilidade, àquela que é calcada pelo poder centralizador, subsidiada por alguma de suas formas (Nobreza, Burguesia ou Clero - salvas suas devidas atualizações pós-modernas). Mesmo as tentativas fora-dos-eixos e de economia criativa e de economia solidária possuem lógicas que, de alguma forma ou de outra, encerram a produção artística ao produto. Cabe a nós artistas agir na subversão e talvez a maior delas seja a de não produzir arte. Eis portanto um segundo paradoxo: não produzir arte para ela emergir de fato. Porque talvez a idéia de arte que discutimos hoje já esteja mutada no cromossomo X pelos meios e modos transgênicos de produção capitalista. Talvez a arte que tanto brigamos para que aconteça nem seja arte, seja só um projeto para um edital qualquer, um souvenir para um rico qualquer, uma imagem para uma igreja qualquer, uma propaganda para uma multinacional qualquer... e aí talvez aceitaremos que artistas somos todos e um novo paradigma se apresentará como uma pedra no sapato, um chato no saco, um periférico na academia.

terça-feira, abril 08, 2014

da série A Moderna Ditadura do Amor Pós-Moderno ou Por Onde Anda Pinochet Que Não Veio Dizer Que Me Ama

#3

E me demorei um pouco mais... um bom tanto, digo! Porque é muito amor! Que distribuo, já que não me pertence; e nem a ninguém, por isso amar é livre e é ser livre. Não se vende amor em mercado, nem se registra escritura de posse ou número de protocolo, contrato com fiador ou de fidelidade. Há de ser teu amanhã esse amor e há de ser nosso todos os amores possíveis. E há de ser de ninguém também. Pois há muitas formas de amar e de todas, prefiro essa da qual me lanço sem saber se há lança, dança ou travesseiro. E se me pedes um amor cangaceiro, não posso senão em guerra, ser de paz em Lama, Da Lai, Lampião e Maria Bonita cerrarão em dias decapitados por um amor exposto em prateleira. Isso é o que a ditadura faz, não se deixa amolecer pelos sentimentos verdadeiros e, pimba, mata-os e expõe pra dizer que matou: lição moral: não ame se não for a mim, tal qual. Também não me importa... não me importa a ditadura do tempo. Não me importa se me fazes dividir as horas se nosso ponteiro é o da vida. Jogo o relógio fora e deixo, só deixo... deixar amar é rima fácil de ação difícil... coragem é preciso. É preciso coragem para amar. 

terça-feira, abril 01, 2014

Eu Sozinho e Um Mundo Vazio ao Meu Redor

Atenção senhoras e senhores!! O show vai começar! Eu sozinho e um mundo vazio ao meu redor! Estamos sós! Estamos sós! A geração da solidão, a geração in-geração, implodindo por dentro o que há de humano. Sim! É a evolução! Upgrade humanóides e estamos tão felizes! Rapazes, garotas, virgens, putas, go-go-boys, vejam, vejam, é o zepelim se aproximando no céu! Padres, freiras, presidente da república, veja, veja, é o zepelim descendo ao chão! Vão! Vão!Upload! O que há de melhor na humanidade cabe nele, cabe sim! Estou tão feliz! Vão, vão, não demorem, sigam crianças, aqui não há mais pureza, não há mais beleza, vão! Eu sozinho e um mundo vazio ao meu redor. Já estamos sós, já estamos sós, só nós e cada nó de si, em cada nó. Nós já estamos sós em cada nós. Embarque no zepelim, vá, vá, vá até você Geni, vá, vá, vão, vão, me deixem aqui com meu acordeão! Estamos tão felizes! Rá! Que bela arca, que bela barca, que beleeeza, que beleeeza, que beleza, que belez, que bele, que be, que...

da série A Moderna Ditadura do Amor Pós-Moderno ou Por Onde Anda Pinochet Que Não Veio Dizer Que Me Ama

#2

Que seja ele um encontro de corpos
Não de sexos. 

da série A Moderna Ditadura do Amor Pós-Moderno ou Por Onde Anda Pinochet Que Não Veio Dizer Que Me Ama

#1

De tanto ver novela
Pensou que a vida era ela
Acreditou ser janela a TV
Assistiu em HD,
Sem saber do sabor que deve ter,
A humanidade e suas tretas, suas tetas, 
sem a tela, sem make'up
Chama a tudo amor porque assim é nos romances teletransmitidos e
Não vê 
Que é drama, 
Só drama
Esse amar que lhe é vendido.