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quinta-feira, julho 14, 2005

O Corpo Chave

Ah! Quanto tempo... e nesse tempo quanta coisa aconteceu. Deixei de escrever por falta de tempo. E o tempo continua sendo aquilo que me tempera nestes tempos sem tempo, até mesmo pro tempo. Outro dia minha irmã (grávida de Sofia) disse de mim ser o coelho da Alice. Mas me sinto mais como Alice, prestes a acordar e perceber que este tempo é outro, que esse coelho é lobo e que O Tempo, tempo mesmo, não tenho noção do que é. Ah, tanta coisa acontecendo... tantos "tantos" que chega a ser tanta a vida. Antes fosse ela tantra, com um tempo largo, mole e lerdo. Mas são contados os minutos, contados os ventos, contadas as voltas, contados os números deste tempo atravessando meus ossos...e pensamentos. Até canto tem tempo. As notas só são música no tempo. Organiza e desorganiza, mas nunca é orgânico. Está fora de mim, passa por mim e vai. Como um cachorro magro. Como um vulto ladrão, que zum! Leva coisas e deixa a velhice... deixa a espera por um tempo... e zum! Pra frente, tic-tac, nem volta e nem olha pra trás, nunca se satisfaz com aquilo que foi feito... e zum! Traz a morte e sai rebento...sem mais nem menos. Morre o sonho, morre a gente, morre o sonho da gente amiga... o sonho da multidão aflita por querer ser amiga?! O projeto do tempo é o de ir embora. O meu é de ficar pentelhando e trabalhar trabalhar trabalhar... e sonhar sonhar sonhar. Querer a utopia pra alcançar o sonho, querer o mundo pra conseguir os oceanos, querer aquele salto pra conseguir um passo a frente... me prometo o Universo pra conseguir abraçar a Lua! É ela que eu quero! A Lua, a rua, a sua, toda nua... mesmo que um dia o tempo me estapeie a cara e diga "fica na sua que um dia eu chego e te mostro a verdade nua e crua". Sorrio, agradeço e morro... como estou morrendo todos os dias.

O corpo chave pra fechadura tempo, parte do princípio do corpo aberto pra porta vida.

Sem mais...