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quinta-feira, junho 13, 2013

A Falência

Jesus 
Desce já da Cruz
Seu moleque
Jesus
Que não desce da Cruz
Seu moleque
Que não desce
Vem cá
Vai ficar vendo tudo, paradão, aí de cima
Desce o Monte Everest, preza aqui embaixo cu'nóis
Na casa do cacete, no cu da mãe Joana
Desce
A Cruz ninguém pertence
Nem ao homem e nem ao mito
A Cruz é espírito, é símbolo
Desce já do signo seu moleque
E vem brincar de cabra cega
Bezerro chucro da manjedoura
Mais vale a fé do que a cenoura

Desce já
E não me faça à sua semelhança enquanto filho do homem
Homem falido

Sou filho só daquele foi morto com um tiro
Só dele sou filho

Então
Desce da Cruz e valha-me enquanto a navalha corta a carne
Enquanto a bosta fede a bosta. 
A bosta fede diferente
No pobre e no rico
No trono e na sarjeta

Inverta
Desce da Cruz e bota outro em seu lugar
Divida esse peso, você pode sair daí
Chega de ficar pregado a morte inteira
Desiste de 'nóis'
O ser-humano foi a falência, 
não há mais mártires, só tarja preta
Seguem aos montes, as carnes, os ossos
Quebrados, na osteoporose miséria
Alucinados por remédios contrabandeados pela indústria farmacêutica. 

Desce da cruz, Jesus
Precisamos de mais gente na lubuta
Pra dar e receber tapa na cara
Tanta face ingrata que nem vale dar a outra. Pra quê astuta?
É tanto cego, tanta lepra, tanta puta
Que falta milagre, sobra luta
É tanto tiro e tanta reza, tanto ferro e tanta gente se ferra...
Que não sei mais qual conduta
Qual a porra da disputa

Escuta, escuta...
...Então,
desce da cruz e vê se me ajuda
Cá embaixo, nos estilhaços dessa vida humana imunda
Que só afunda, afunda, afunda

Jesus desce da cruz
Desce da cruz e vem brincar cá embaixo co's muleque
Não precisa sermão, Nike ou Rolex
Traz uma bola, um poema, uma bike e Diz pro chefe que agora é greve se ele não liberar a fruta
Pro-i-bir
Avisa
Não precisa mais vigília
Não precisa de perdão
Chega de pecado
Chega de ilusão
Agora é cá embaixo que me re-ligo, uns aos outros, ser-humano e ser-humano
Nessa tal religião.






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