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sábado, maio 30, 2015

Ludicocracia

Em tempo de discussão sobre a redução da maioridade penal, eu sonho com o dia em que as crianças tomarão o poder. Fundarão então a Ludicocracia, onde as regras serão maleáveis, as pessoas perdoáveis quando derem os dedinhos, brincadeira será coisa séria e sem hora, e, principalmente, a sinceridade será a maior prova de humanidade. Criança não mente. Enquanto isso elas se armam do jeito que podem, infelizmente na maioria das vezes como adultos. Afinal o poder é dos adultos que usam crianças como armas. Não se esqueçam.

sexta-feira, maio 29, 2015

Corpo Recomeço ou Eu Sozinho e um Mundo Inteiro ao Meu Redor

Desde os 17 anos eu não sei o que é estar sozinho. Minha dimensão de solitude nunca foi muito além de alguns meses nesse meio de caminho entre uma ou outra crise. Ao mesmo tempo nunca fui de ter muitos amigos. Sempre me senti querido por muitos, muitos mesmo, mas próximo de muito poucos e por períodos breves, que envolviam situações com início, meio e fim. Meus momentos mais intensos de companhia foi sempre dividindo um calor de paixão. Que acaba. Pode ser por causa do signo, da sina, do visceral que há em mim. Pode ser. Pode ser porque eu seja um chato, profundo demais, sério demais, responsável demais, respeitoso demais, compreensivo demais, ingênuo um bom tanto. Pode ser. A verdade é que nunca me senti tão solitário, tão existencialmente solitário, mesmo em companhia, algumas vezes mais de uma. Por Deus, será que sou mesmo um paulistano como canta Zeca Baleiro? Um tanto. A verdade é que também tenho buscado uma solidão calma, que me coloque em mim. Não achei e pode ser que não ache. Vale a experiência da busca. Sei que no processo há dores e perdas, dúvidas e angústias, mas estar sozinho com os outros é muito, muito pior que estar sozinho em encontro consigo. As vezes penso na solidão do caminhoneiro. Seguir por estradas na atrás do pára-brisas porta-retrato infinito. Parar em qualquer alto de morro, avistar o primeiro e o último raio de sol e fotografar em sua memória particular, sua, sem preocupar-se com mais nada e ninguém. Seguir viagem na estrada da vida e voltar, claro, porque sempre voltamos. Sempre voltamos diferentes. Já viajei com momentos de solidão, mas nunca viajei sozinho. Nunca me conduzi a lugar nenhum. Na maioria das vezes conduzo os outros, meio que numa postura nata de liderança, de ter que dar conta de si, das coisas, das pessoas. Isso cansa. Tô cansado. Exausto é a bem da verdade. Preciso dirigir minha própria boléia. Ter em frente um horizonte novo, que surge, que urge. Ter em mente que basta a espinha ereta e o coração tranquilo para abrir-se a uma outra experiência de corpo. Não sei bem qual, nem sei bem como começar. Pensando bem esse texto já é um começo. Eu sozinho e um mundo inteiro ao meu redor. É uma imagem, é um começo. 

Efeito Cunha

Em nossa democracia burguesa
Voto é vendido em prateleira
É melhor que Omo, Vanish, Ariel
Remove as manchas, limpa as sujeiras
Ace todo branco fosse assim
Quando bem votado está limpo o deputado
Não é nem alvejado pela
Cândida opinião pública brasileira
São eles cunhados a ouro e prata
Gozam à frente da nação prestígio de show do milhão
Por qual razão?
Em nossa democracia burguesa 
Voto é ração. Vendido por kilo
Racionado por pedigree
Nutre a quem serve e serve a quem paga
Paga a quem pode e pode quem tem
Vintém
Burro chucro não tem vez
em nossa democracia burguesa
O voto é lucro
Tem cotação em dólar
Vale diferente o valor de quem vende a soja, o boi e a fé
Do valor que vale o neguin rapé da favela
Porque essa só é valor no bolso de quem faz da miséria o ser rico
Não é pro seu bico
Nossa democracia burguesa
Aqui o voto é mito
Cantado desde as odes democráticas de Atenas
Mas de Euripedes a Sérgio Vaz tem muito poema
Enquanto isso por aqui
Em nossa democrática sociedade burguesa
O voto é castigo
O voto é pena.



sábado, maio 23, 2015

Pra que sem você

🎼🎹🎶

DGBmF#mA

Duvidas, amarras, breu
Quanto mais quanto mais
Deixou que ficasse assim sem mel
Sempre vai sempre vai dar dor

Se a razão se à paixão diz não pode
É porque que por ti sacode
Somos parte do universo

Pari um verso
Pra ti
Olha
Pra mim
E deixa
Ser
E estar
Aqui no mesmo lugar
Que eu

Pra quê cantar
Pra quê sair
Pra quê tentar
sumir por aí
Sem você
Sem você pra que ficar
Insistir pra que, se eu sei que 
só vai dar certo
se for pra dar certo

Só vai dar certo
Se errado for certo
E eu não estou tão certo disso

Diz que fui por aí
E...