Pesquisar este blog

terça-feira, março 20, 2012

Fulano Corpo

Fulano refletia no horizonte o pôr do sol,
Nos olhos um mel de saudade
Saudade doce e caldalosa
Que só depura em momentos bons.
Fulano sentia no horizonte um cobre brilhante.
No peito um vício de sol,
Sol que não se sabe se é de fora ou se é de dentro,
Solo de guitarra ou rebento.
Fulano sentia no horizonte uma brisa febril.
No sexo o própolis da abelha rainha,
Fel cicatrizante, curativo sumo, eficaz
Reverso veneno.
Fulano sentia a cabeça pesar
Pender para baixo, sobre as pestanas sombrias de um olhar esquecido, longe.
O horizonte não parece ser mais horizonte
A beleza do infinito, agora púrpura cor, caía abaixo da noite de seus joelhos,
Finas canelas e frágeis tornozelos...
Do corpo
Todo...
Corpo, todo
Fulano corpo,
só não sentia os pés,
Que flutuavam na vasta e intensa
Solidão.

Nenhum comentário: