Fulano refletia no horizonte o pôr do sol,
Nos olhos um mel de saudade
Saudade doce e caldalosa
Que só depura em momentos bons.
Fulano sentia no horizonte um cobre brilhante.
No peito um vício de sol,
Sol que não se sabe se é de fora ou se é de dentro,
Solo de guitarra ou rebento.
Fulano sentia no horizonte uma brisa febril.
No sexo o própolis da abelha rainha,
Fel cicatrizante, curativo sumo, eficaz
Reverso veneno.
Fulano sentia a cabeça pesar
Pender para baixo, sobre as pestanas sombrias de um olhar esquecido, longe.
O horizonte não parece ser mais horizonte
A beleza do infinito, agora púrpura cor, caía abaixo da noite de seus joelhos,
Finas canelas e frágeis tornozelos...
Do corpo
Todo...
Corpo, todo
Fulano corpo,
só não sentia os pés,
Que flutuavam na vasta e intensa
Solidão.
Das mudanças do corpo cabem as circunstâncias da vida. Cresço e, ao que amadureço, me escancaro. Aqui há minha porta aberta, onde parte o prolongamento de meus braços e pernas além do meu ego de ator e força circense. Partem minhas palavras em corpo, em carta, em viva poesia, mesmo se em prosa vier a narrativa. Sei que espiam e não deixam pistas, mas, se puderem, comentem... e deixem um pouco da sua carne poética em minha cerne criativa. Experimentem...
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terça-feira, março 20, 2012
Fulano Corpo
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