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sexta-feira, janeiro 18, 2008

Não deu samba

Um bamba correto, quadrado, singelo, quatro tempos no bumbo, dobrado na caixa, desclaço o reco-reco, cuíca de sapato sem sola, guardada. Sexta-feira sem festa, sem parte alguma que presta, capenga, de cabeça cheia. Eu não bebo, não saio pra jogar bola, não sei da galera do bairro, de vez em quando pego na viola e já cansa. Descanso e rodo na varanda, abro a geladeira só por abrir sem saber se quero nada ou alguma coisa gelada que molhe a garganta, congele o cérebro, derreta em meus pés algo maior que a piscina de Ramos, a poça da chuva de hoje ou a chuva da próxima temporada. Lua chata que fica escondida sem pressa e nem vê que o sol já adianta o dia e o despertador - as horas da noite passam mais depressa. As do recreio também. O difícil é vencer o tédio, vender a fossa e alugar a poesia num mundo onde só querem prosa. E o enredo é sempre igual... Não deu samba, a mulata torceu o pé e caiu do salto, o Rei Mômo ficou magro e na avenida, pedágio. Vou ver se entro na bateria e agito o chocalho pra melhorar o programa de índio. Mestre da harmonia, é disso que a escola precisa...

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