Cada qual com sua reza
Cada um com sua pressa
Cada voz, seu palavrão
Cada limbo com sua escuridão
Cada mano com sua mina
Cada dor com sua penicilina
Cada amor com seu varal
Cada morada com o seu quintal
Cada mês com seu salário... Talvez
Cada escolha com sua altivez
Cada parcela, suas Casas Bahia
Cada baiana com sua mátria minha
Cada pai com sua morte
E cada arma com seu porte
Cada vida com seu norte
Cada tropeço com o seu capote
Cada rua, sua encruzilhada
Cada Oxossi, sua caçada
Cada filho sua pernada
Cada rumo sua calçada
Cada contexto, uma situação
Cada pretexto, algo malicioso
Cada lábia tem seu sexo
Cada homem tem o seu complexo
Cada perna tem sua sedução
Cada hormônio, lugar no tesão
Se for de corpo, cada alma conflito
Se for de cristo, pecado tá dito
Cada mulher, uma beleza própria
Cada razão com sua razão própria
Cada casal com sua fidelidade
Cada moral com sua idoneidade
Cada vontade, o mel da sua boca
A cada mel, uma vontade louca
Na poesia mais uma solidão
Em cada noite um gole de ilusão
Pra cada amor, uma dose a mais
Cada fulgor, abandonado ao cais
Mas a verdade é que a realidade volta
E por dinheiro, a luta é sem escolta
Cada playboy tem o seu nice boot
Cada perfil tem o seu facebook
Cada criança tem seu choro de fome
Seja feijão, ou do que não consome
Cada peão tem o seu trabalho
Cada patrão, à casa do caralho
Eu só não sei se cada qual tem vez
Em ser na vida o ser humano do mês
O ser humano do mês
O ser humano do mês
O ser humano do mês
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Cada Grécia com sua Tróia
Cada favela tem a nossa nóia.
Um comentário:
...Eque foda...
Estou gostando de ver seus textos, pensamentos e palavras hiper frontais, na cara.
Éisso ai, te aconselho a competir no Slam da Guilhermina, fico a imaginar vc recitando estas palavras de mais um mano da quebrada em outra quebrada falando pras quebradas.
Parabéns mano, e cada um com sua História.
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