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terça-feira, abril 24, 2012

Eu não to ficando louco

- Mina, a gente tá perdendo o bonde!
-Podemos ser mais, logo,
Na maré que não é nossa,
Nosso barco só pode navegar fora.
O leme quer a contramão
Irmão
-Porque a minha infância foi no morro do CDM e minha juventude o não chorar de um pai morto
-Teme?
Treme... treme memo porque cada ruína é a sua própria história
-E a amizade não consegue saber o que quer porque é refém da própria introjeção da condição que quiseram pra ela.
-Os outros quiseram e querem sempre por você entende?
-Supera isso aí fiii
A gente não pode ter medo do dinheiro, ele é que tem que respeitar a gente.
-Podes crê amizade, podes crê.
-A roda não vai parar,
O bonde tá no trilho
E nossa sintonia se perdendo no ar.
Cê não vê que pode ser diferente?
Chega uma hora que a gente já aceita a miséria como nossa
A violência como nossa
A falta de dignidade como nossa
E a de liberdade também.
Ficar berrando aí, parado, berrando calado na tua vibe própria?
Ficar na fossa?
-Mina, a vida é nossa. Não interessa que você me traiu.
Amizade, a vida é bossa de ritmo falado. Não interessa que você me feriu.
Patrão, a vida é minha e temos o nosso trato. Não interessa o filé mignon no seu prato.
-Não?
-Meu rumo não ta feito. Nenhum bandeirante abriu minha trilha e se precisar subir, não vou de elevador.
-Cada cagada tem seu cheiro,
Cada apreço o seu preço,
Cada destino sua margem de erro
E cada erro tem seu troco.
-Aguarde. Eu não to ficando louco.



2 comentários:

InformAtivo Cultura ZL disse...

Que maravilha de poema caro leandro. Realmente vc é muito bom na escrita e na desenvoltura do poema, até me emocionei (Vander xCHEx).
É disso que estou falando, Arte Pra VIDA e sua vida transpira isso, parabéns.

Ângela Garcia e Garcia disse...

"A roda não vai parar"...