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quarta-feira, julho 11, 2007

Corpo em Silêncio

Devo aquietar. O silêncio me diz pra deixá-lo estar. Assim vou bem a mim e encontro um certo ar que respiro limpo, solto, completo. Respirar o corpo é mais que puxar e cuspir vento, mecanicamente, me alimentando de um oxigênio cinza de cidade. Se espera que defina o que, então, o é... esqueça, não sei colocar em "é" o que somente percebo. Pro discurso da vez me calo, nem converso. Nem verso... escrevo em prosa pra ficar clara a minha intenção poética de dizer que de silêncio duram minhas horas: mesmo quando escrevo. Escrevo quieto pra que leia quieto e grite só por dentro, se assim quiseres. Experimento esse meu sossego. Um pouco mais largo tudo o que me interfere a percepção do tempo. Deculpe Drumond, mas tenho de descordar de seu poema que diz das fatias de horas a industrialização do tempo. Não são elas que geram a esperança do recomeçar, mas somos nós mesmos! A hora é consequência da organização natural da vida. O sol nasce, se põe, a lua anda no céu e vai pro outro lado do mundo, incansavelmente. O inverno vai e a primavera chega... e isso não é industrialização da natureza. O recomeçar dos anos vem das colheitas, e as colheitas vêm dos ciclos de plantio, que obedecem o andar das horas naturais do planeta. Se encerramos o nosso ciclo ao fim de um ano é porque nós industrializamos nós mesmos e, assim, a percepção que temos do mundo. Mas as horas... ah... as horas não tem culpa de serem elas mesmas, nos regrando nos segundos de sua beleza. Meus seilêncios têm durado horas! Ao fim delas existe algum acorde, geralmente dissonânte, me dizendo já ser tempo de outro silêncio de horas! Portanto, acorde! Acorde! Desse sono embriagado, parecendo viciado em alguma droga. Enfrente a abstinência em silêncio, consigo, sozinho, mesmo se acompanhado. Arrume outros assuntos, fale do que além disso te importe. Resolva o resto só, pra sentir que continuar sem, também pode. Dos outros faça bem o estar. Não fale, só faça carinho, basta, resolve. Conversa demais também atrapalha. Aliás, quando muito precisa falar, é porque de menos se entende no corpo. Deixem o silêncio dos gestos se colocarem perenes. São as peles, e não as cabeças, quem realmente se entendem.

2 comentários:

Ângela Garcia e Garcia disse...

............!

estou por aqui...


bjs!

Anônimo disse...

banana!

gostei sabia!!

vou estar sempre por aqui!

penso sempre sobre varias coisas do que vc falou, mais é tão dificil escrever tudo isso!

parabéns!

bejo fê segura!