Pesquisar este blog

sábado, abril 08, 2006

o Corpo que teme

De tudo, te peço pra não ser rasa. Não fuja desta dor que o fundo reserva. O submundo te aguarda às pressas nas presas e nas garras. Amarra teu âmago e levanta teu véu. Mostre a cara pra quem deseja ver nela a face que não interrompe o processo do medo.

Que medo tenho eu senão o medo do próprio medo. Ele me trava, me parte ao meio e joga a vontade de cada metade pra lados opostos com polos iguais. Ficam as duas em positivo, se repelem e não se juntam nunca mais. Esse trauma do trauma é o fundo que tenho medo. O submundo me aguarda com as vestes de sombra e da escuridão já basta a falta de claridade. E da razão já basta querer só realidade. Meus sonhos são as brisas que levantam o tule do véu e me ventilam a cara interrompida, paralisada, pelo penoso processo do medo.

E a vida de Davi segue ávida... não vê? Salomão pode ser Salomé e aquilo que aprendemos já foi derrubado por uma teoria qualquer. Édipo cego pelos olhos da humanidade cega já nos milênios gregos de atrás. E nas entrelinhas da história o medo é segundo lugar, enquanto o heroísmo segue na ponta de virtude primária. A estória bem contada vale mais do que a foto estampada. Isso porque as palavras cobrem aquilo que mancha, que fede e que desagrada. Levante esse rosto e vire essa folha de paisagens. Esteja a frente daquilo que é visceral.

Mas o medo é víscera. É carne trêmula, é adrenalina. É corpo em hormônio. É suvaco fedido do nervoso, do iminente perigo. O medo é gambá e é humano! É se cagar, se mijar, sangrar e chorar esse sangue por dentro. É pregar na cruz o corpo pela maldade e pela redênção. Sinto medo porque existo em ser-humano. Sinto medo porque os sonhos são incertos e as virtudes desnecessárias. Não dissipo energia por esconder a face do medo. Reservo um pouco dela pra poder sorrir depois. Proponho um breve pausa.



Que silêncio.

É do silêncio que tenho medo, nele existe...

Exite o que?

O não dito... só pensado. Me deixe assim agora, sem mais saber

Quer o silêncio?

Quero o gosto desse temer.

3 comentários:

Ângela Garcia e Garcia disse...

medo...

não devo temer qdo estu contigo!!!


beijoooooooos mil!!

Ângela Garcia e Garcia disse...

medo...

de diridir??????!!!!!!

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhh


rsrsrsrs... Foi foda!



beijinhos!

Anônimo disse...

Le

Não dá para comentar, seus textos são belos, fortes, ufa! Você é demais.

Beijos

Val