Pesquisar este blog

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Corpo Hai Kai - 2

O que me deixa
Deixa-me
Aos olhos de gueixa.

Pelas flores sigo cor-de-rosa.
Aos amores
Pinto cores negras.

Degenera; o ser habita
O vale valioso.
Chumbo e ouro num mesmo balaio de gato

Miau!

Meus olhos de lince.
Chegam em vigia
Meus traços tristes. Pelas noites vagueio.

Corpo Hai Kai
Cai cai
Sobre os campos poéticos.

Cai cai balão cai não
Na minha mão
Ainda guardo os meus segredos.

Quais segredos?
Adeus a Deus
Adeus Papaia e Seu Cassis.

Um comentário:

Anônimo disse...

V x Leminski

I

"parem
eu confesso
sou poeta

cada manhã que nasce
me nasce
uma rosa na face

parem
eu confesso
sou poeta

só meu amor é meu deus
e eu sou o seu profeta"

II

"Minha cabeça cortada
Joguei na tua janela
Noite de lua
Janela aberta

Bate na parede
Perdendo dentes
Cai na cama
Pesada de pensamentos

Talvez te assustes
Talvez a contemples
Contra a lua
Buscando a cor de meus olhos

Talvez a uses
Como despertador
Sobre o criado-mudo

Não quero assustar-te
Peço apenas um tratamento condigno
Para essa cabeça súbita
De minha parte"

III

"tanta maravilha
maravilharia durar
aqui neste lugar
onde nada dura
onde nada pára
para ser ventura"

IV

"nisso eu sou primário
amor pra mim
vem do caralho"

V

"tomara que você me encontrasse
flecha no peito
ar de herói abatido
sangrando muito
e moribundo

como não dá
a pontaria piorou
as armas evoluíram
ninguém mais dá flechadas
e pra falar a verdade
você bem sabe
eu
super-herói qualquer
sou invulnerável

faço cara
de quem comeu e não gostou
no fundo
adorei
e só de dizer tudo isso
já sinto me voltar teu apetite
querendo tudo de novo"