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quarta-feira, março 05, 2008

Entrecorpo de sol e lua

Uma noite com sol
Madrugada ensolarada

A lua pegou pelo anzol esses raios violetas
Que vez em quando entram pela minha janela para invadir meu sono em preto e branco
Imagem parada, eu alí deitado. Me vendo por fora me reconheço.

Ultramarelentas as fotografias antigas
Um sephia assim de memória, mesmo se de outro dia bater a história.
Risadas ascendem, lágrimas molham
As duas juntas abrem o prisma do arco-íris.

A lua pescou o dia pra fazer companhia, um amanhecer mais cedo encerrando a boemia e compartilhando outros olhares. Meu olho fecha um pouco quando vem o sol e solta de volta um raio ofuscante pedindo pra enviar ao mundo.

Escrevo pro mundo e ninguém há de mudar minha ânsia de artista.
Tendo em vista que a globalização não é o meu negócio, não faço questão que entendam minha lingua, mas que minhas palavras lambam os corpos de continentes, povos, fronteiras. Que ultrapasse então minha saliva pra digerir os carboidratos da prepotência humana.

Mas não importa isso agora. Importar é trazer de fora, exportar é vomitar o de dentro. Quero flutuantes as minhas auroras.

O arco-íris vai se acabando em seu leque de cores. Pintei uma aquarela em meus olhos, bem encharcada, ensanguentada de vermelho guache, com leves tons de azul oceânico do meu mar sem fim. Vou dormir... e com viajem longa, esperando acordar no horizonte navegando num navio que flutua entre o sol e a lua, numa tarde fresca de luz amena. Apenas...


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