Das mudanças do corpo cabem as circunstâncias da vida. Cresço e, ao que amadureço, me escancaro. Aqui há minha porta aberta, onde parte o prolongamento de meus braços e pernas além do meu ego de ator e força circense. Partem minhas palavras em corpo, em carta, em viva poesia, mesmo se em prosa vier a narrativa. Sei que espiam e não deixam pistas, mas, se puderem, comentem... e deixem um pouco da sua carne poética em minha cerne criativa. Experimentem...
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terça-feira, outubro 09, 2007
Quando eu era moleque saía da escola direto pra bola. Jogava na rua porque o campo era pra marmanjo. Subia no morro e dava na favela, amigos do Verônia, maconheiros de fazer da vida flanela sem muita importância. Nunca fui um deles, por opção, mesmo indo pra PUC, muito mais tarde, e ter amigos maconheiros de vida boa com dinheiro. Ainda assim, vida de flanela. De um lado a imagem de miséria e do outro a intelectual descolada não sou careta, uso drogas. Eu sou eu, não uso, mas também não sou careta... sou palhaço, minha viagem é outra. E meu corpo gingando do sub ao up, do mundo ao mundo, diferente, diferente. Com dez, namorava na praça e aos quatorze já gostava de pornografia. Conheci aos dezessete uma pequena linda e me apaixonei. Até hoje. Até hoje, acredita? Hoje, vinte e três, quase. Saio do trampo e vou pro trampo, outro. Em casa, trampo. Até dormir e sair novo pro trampo, do, pro, denovo pra, pro, do, pro, trampo. Ser adulto estraga. E meu corpo gingando na memória do tempo em que o tempo exitia. Hoje ainda gosto disso tudo - bola, escola, rua, morro, favela, praça, pornografia - a diferença é que o contínuo tempo, tempo, tempo, tempo, não permite o degustar das memórias, da... criançada. Ser adulto estraga. Ser adulto é ter agenda e hora marcada. Economizo uma grana pra ver se um dia caso, viajo e compro uma bicicleta, pra descer alguma ladeira com vento forte na cara e sentir na pele bater o tempo da vida.
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