Transeunte
Viajante de ônibus e de trem
Sou mais que um turista da periferia
Não sou apenas mais um turista da periferia
Me reconheço nas paisagens Guaianases vistas de dentro
Curuçá
Tantos índios.
Zona-leste imensa
Intencionalmente
Intensa
No bafo do sol a arte arde em outras terras.
Por essas ruas que me perdem,
Pedem,
O fôlego,
Uma chance:
Olhar mais longe essa metrópole com horta e carro-de-boi.
Verso nessas favelas de onde o metrô não parte e nem chega.
Passa prata longe cortando,
Esbanjando ares de velocidade.
Trilhos em mármore rosa, estações palácios de nobre concreto
Passa rápido com medo do tempo
Metido a semi-Deus do acesso.
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