Pesquisar este blog

terça-feira, fevereiro 25, 2014

Corpapátrida

Hasteai a bandeira
Quase sempre brocha, quase sempre xôxa
Hasteai aos patriotas
Aos generais
Hasteai à toda classe de senhores
A toda casa de senhoras
Hasteai a bandeira dos amores oprimidos
Dos sabores suprimidos
Dos sem poesia, de mãos atadas, relações regradas
Dos nó. Cego.
Hasteai a bandeira
Hasteai a bandeira
Hasteai aquela que será derrubada
para Nunca mais apontar em riste
O rifle
O dedo
O cacetete ou
O cacete
Que fará das pessoas livres
No amor
Na fé
Na sorte
Na morte
Pra morrer como quiser...
Não
Não hasteai
Não hasteai a bandeira
Não hasteai bandeira nenhuma
Nem aquela da paz
Que jaz em tantas bandeiras.
Nem mesmo a comunista
Ou social
Cristã, ou
Aquela
Republicana
da direita ufanista
O que quero dizer
Porra
É que bandeira nenhuma importa
Se no alto o que balança é um pano
E no peito não balança nada
Se no alto vibram cores
E no peito não vibra nada
Se no alto está protegido o símbolo
E ao peito aberto, um tiro.
Prefiro a bandeira embaçada pelo brilho nos seus olhos
Porque
Preciso acreditar que há humanidade neles
Preciso acreditar que me olha como um de mim
Assim,
Enquanto hastear bandeiras, me olhará como um pedaço de pano
E se as cores não forem as mesmas
É triste
Mas um de nós cairá
Para que a outra permaneça em riste.







Nenhum comentário: